terça-feira, 15 de novembro de 2011

É pau, é pedra...

Me chamou a atenção a carga de informação hedonista encontrada nos principais museus europeus com coleções ditas clássicas: gregas, romanas e do período renascentista e, mais tardiamente, do art noveau.

São critérios de beleza, fundamentalmente masculinos, explícitos em corpos cuja perfeição me parece sobre-humana: retratos de homens e deuses, jovens, maduros, com corpos longilíneos, com músculos marcados e proporções irretocáveis.

Sinceramente, a coisa chega a ser bandeirosa para os artistas da época, como Cellini, Canova e Michelângelo, entre muitos outros. Afinal, tanta perfeição há de vir de muita admiração, pois não?

Mas mais intrigante ainda, nesse contexto, me pareceu o tamanho ridículo dos paus retratados nas esculturas. Se os do período renascentista e art noveau poderiam ser reputados ao forte controle moral da Igreja, a grande mecenas da época, sobre o trabalho dos artistas, então o que explicaria os Hércules e Adonis gregos e romanos com pintos do tamanho de um mini bic chama?

Também chama a atenção a forte carga homoerótica, sobretudo nas cenas mais diretamente ligadas a histórias com origem nos mitos latinos. O ápice me parece ser a escultura Teseu e o Minotauro, de Canova, exposto hoje no Victoria & Albert Museum. O herói, apoiado num cajado absurdamente fálico,  senta-se sobre o púbis do monstro mitológico caído - cuja expressão mescla a dor do êxtase e/ou o prazer da morte. Eros e Tanatos em exposição concreta, pedra sobre pedra. Inesquecível.

Seguem algumas fotos que tirei nas últimas viagens, sobre o tema. Desfrutem.


3 comentários:

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  2. haahahahha, pelo menos servia pra acender meu cigarro....Yuri, de onde vc tira tanta bestagem? Não consigo parar de rir. Mas sabe, sempre fiquei imprewssionada com o pau diminuto, ou disegundo dessas esculturas, ou estaltas...srsrsr

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  3. Gente, mas tá tudo la´... E é IMPOSSÍVEL não pensar nisso... Cada baita homão de pedra daqueles com um pingolim de dar dó... Deve ter alguma explicação estética, filosófica, religiosa, sei lá... Vou pesquisar e depois conto... Mêda!

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